sexta-feira, 23 de maio de 2008

Último ensaio

Brunno e Rafa estavam "no tacho", visivelmente cansados, extenuados até. Rycardo, ao que parece, bem. Precisou sair antes. As duas sessões deram-se com a Sônia presente. A primeira trouxe à tona os ainda problemas com o som (quanto à luz, levarei o LED ao Rafa). A segunda foi bem, mas comigo interrompendo para descobrir o nível mais adequado para o som. Nas gravações, isso trará problemas. A Sônia disse haver gostado. Algo muito contrera, como ela diz, bem no limite do inaudível, trabalhando especificamente o texto. Concordam o Brunno, Rafa, Rycardo e Sônia quanto ao caráter frio, necessário, para a leitura do texto. Convenço-me de que sessões de ensaios a mais nunca são demais. Pois sempre surgem novos problemas, impossíveis de corrigir na hora. E de que é preciso antes unir forças do que dividir. Convenço o Rafa disso na carona de volta. Ele acredita mais no íntimo, menos na explosão. Mas a vida não funciona na base do rompimento. Tudo deve ser encarado tendo em vista um lugar específico que queiramos ocupar, sempre por mérito.
Fico meio inseguro quanto ao lugar dessa peça no âmbito atual do teatro. É leitura, sim, mas não apenas. E sua pobreza de meios traduz, ao contrário, uma riqueza do vocábulo, algo que o Antunes iria apreciar. Aliás, tendo menos e menos a afastar-me dele. Ao contrário, creio que irei dele me aproximar. Basta de ouvir as bobagens alheias. O texto é minha seara, e a questão é sair dele para o mundo - literalmente. Não vejo método Antunes, aliás. Tudo é questão apenas de crença - aquilo em que cremos, aquilo que podemos atingir realmente. Há a possibilidade de inscrição num festival em Santos. Tudo bem. Agora, mais do que nunca, é necessário fazer contas. Permaneço o resto do dia viajando em problemas pessoais - não sei por que o centrão me afunda. E discuto com a Cris, justo com ela. A questão é que preciso sair de mim, e este é apenas o começo. O teatro ou qualquer outro meio é apenas conseqüência.

Nenhum comentário: